segunda-feira, 28 de outubro de 2013

A historia única e pessoal de cada um de nós tem não deve e não pode servir para justificar os nossos atos, mas sim para entender melhor e assim tomar outras atitudes. Caso contrário, não aprendemos nada com a vida e, limitando-nos a constatá-la, acabamos por justificar os nossos atos.

Somos cerebrais, inteligentes e modernos. Sabemos tudo. Só não sabemos que somos farrapos da nossa condição.  Engolimos pedaços de nós mesmos acreditados que estamos na ditadura do pragmatismo e da racionalidade.

Habitamos um mundo confuso e desordenado, mas o legitimamos pelas nossas ações e pelos nossos silêncios. Em nome do progresso, da mudança, dos interesses pessoais e de uma felicidade de plástico; em nome do dinheiro, do status, das conveniências e do orgulho, legitimamos o senso comum e chamamos de ultrapassado aquilo que deve ser imutável, como os valores morais e humanos regidos por uma ética. Torcemos o nariz como quem olha uma peça de vestuário perdida num sótão e que teve o seu tempo.

A amizade passa a companheirismo, a honra a falsidade, a palavra a verborreia, o amor a sexo, a verdade a cinismo, a alegria a um espetáculo artificial. A tudo isto junta-se uma boa dose de know-how social, um jogo de cintura encapotado com as mais nobres intenções, e vamos lá esquecer a ética, a moral, ou gestos tão desusados como a capacidade de entrega, o desinteresse e a simplicidade.

Tornamo-nos sarcásticos, violentos, depressivos e instáveis. Inalamos a poluição humana com um tal sentido hiper-crítico, que nos tornamos elos de uma massa escudada em si mesma. Somos educados para ter sucesso, mas não somos ensinados a amar. Estamos fatalmente na multidão anônima que, irônica e paradoxalmente, padroniza este modo de viver. 

Assistimos a uma descaracterização do ser humano. Ao contrário do que muitas vezes pensamos, a felicidade não reside na acumulação de bens ou na figuras de engraçados e espertos que fazemos perante os outros. Precisamos uns dos outros.

De que vale a pequena ou grande erudição se não formos capazes de gestos de amor? De que vale um dia de quarenta e oito horas de trabalho, se cavarmos depressões a médio prazo? De que vale, enfim, o nariz torcido, se quando nos atiramos para a cama no final do dia continuamos tão mortais como quando acordamos? 

Nos julgamos onipotentes e infalíveis. Basta ver a solidão e a desistência de tanta gente. Mesmo sem a admitirem. Outros acabam por viver virtualmente.

É necessária a aprendizagem do Amor, mais do que a simples empatia da solidariedade. Ou seriamos meros filantropos. Para invertermos esta quase patológica realidade, não basta o QI; é necessário o Q.E. (quociente emocional). E esse é que é o verdadeiro passaporte para a condição de ser Pessoa. Porque a inteligência não faz uma pessoa. É a pessoa que se unifica e depura. Caso contrário, encontraremos doutores que são umas bestas, e pessoas simples do povo que são uns sábios. Pelo meio temos pedantes ou civilizados. Cabe-nos a nós atualizar as nossas decisões. Antes que deixemos de ser humanos, sem ao menos nos darmos conta disso.
Para Viver um Grande Amor


É preciso abrir todas as portas que fecham o coração.
Quebrar barreiras construídas ao longo do tempo,
Por amores do passado que foram em vão
É preciso muita renúncia em ser e mudança no pensar.
É preciso não esquecer que ninguém vem perfeito para nós!
É preciso ver o outro com os olhos da alma e se deixar cativar!
É preciso renunciar ao que não agrada ao seu amor...
Para que se moldem um ao outro como se molda uma escultura,
Aparando as arestas que podem machucar.
É como lapidar um diamante bruto...para fazê-lo brilhar!
E quando decidir que chegou a sua hora de amar,
Lembre-se que é preciso haver identificação de almas!
De gostos, de gestos, de pele...
No modo de sentir e de pensar!
É preciso ver a luz iluminar a aura,
Dando uma chance para que o amor te encontre
Na suavidade morna de uma noite calma...
É preciso se entregar de corpo e alma!
É preciso ter dentro do coração um sonho
Que se acalenta no desejo de: amar e ser amada!
É preciso conhecer no outro o ser tão procurado!
É preciso conquistar e se deixar seduzir...
Entrar no jogo da sedução e deixar fluir!
Amar com emoção para se saber sentir
A sensação do momento em que o amor te devora!
E quando você estiver vivendo no clímax dessa paixão,
Que sinta que essa foi a melhor de suas escolhas!
Que foi seu grande desafio... e o passo mais acertado
De todos os caminhos de sua vida trilhados!
Mas se assim não for...
Que nunca te arrependas pelo amor dado!
Faz parte da vida arriscar-se por um sonho...
Porque se não fosse assim, nunca teríamos sonhado!
Mas, antes de tudo, que você saiba que tem aliado.
Ele se chama TEMPO... seu melhor amigo.
Só ele pode dar todas as certezas do amanhã...
A certeza que... realmente você amou.
A certeza que... realmente você foi amada."
Carlos Drummond de Andrade